Saudações Supremos e Supremas, Supremacia Rock entrevista Spine Shiver, banda paulista de Southern Rock.

Perguntas:
1- De que forma a seleção do repertório, que mescla composições originais e clássicos do Southern Rock, reflete a essência da Spine Shiver? Como essa escolha impacta a interação da banda com o público durante os shows e contribui para a construção de uma identidade musical única que ressoe com os fãs?
A maior parte das canções cover que tocamos também serviram de inspiração para as nossas composições próprias, então em nossas apresentações fazemos essa mescla de um clássico do Southern Rock e logo em seguida uma canção autoral nossa, como se fosse algum tipo de justificativa para a composição, acreditamos que isso deixa os shows mais dinâmicos e sempre interagimos bastante com o publico aproximando a Spine da galera e definindo nossa identidade musical com esse equilíbrio entre os clássicos e os nosso som.
2- Ao longo do lançamento de “THE ROAD”, quais foram os desafios criativos e técnicos mais significativos enfrentados pela Spine Shiver? Que lições a banda aprendeu sobre a dinâmica entre autenticidade e comercialização, e como isso moldou sua abordagem para futuras produções?
Quando eramos uma banda de cover variado de Rock não estavamos muito preocupados com algum rótulo, foi com o nosso som autoral que acabamos caindo pro Southern, no inicio a unica ideia de composição era fazer um Rock mais “estradeiro”, a parte criativa do primeiro álbum The Road aconteceu naturalmente, o nosso vocalista Eli Colt ja tinha algumas ideias de melodias e demorou 2 anos até conseguirmos juntar dinheiro com shows para pagar o album e comprar nossos equipamentos técnicos.
Em nenhuma composição pensamos em ficar preso em um estilo fixo, cada musica surgiu de uma ideia diferente e conforme fomos ensaiando e tocando, elas foram se moldando, e acabou que neste primeiro album cada musica é de algum estilo, tem Southern, Blues, Country, Hard Rock e até Folk.
Porém acredito que as musicas que mais agradaram o publico foram as mais puxadas pro Southern, tanto que a musica The Road que da nome ao titulo do album foi a primeira a tocar na Kiss FM e começaram a nos rotular como banda de Southern Rock.
Abraçamos esse rótulo por trazer um pouco mais de autenticidade do que ser mais uma banda de Rock variado dos anos 70/80. A unica mudança que realmente fizemos do inicio para hoje foi mudar o vestuario pra ter mais a ver com o Southern Rock estadunidense, e no repertorio que adicionamos bandas que tem mais a ver com esse estilo.
3- Com a crescente exposição em rádios como KISS FM, quais estratégias específicas a Spine Shiver pretende adotar para aprofundar sua conexão com os ouvintes e expandir sua base de fãs? Como a banda planeja usar esse reconhecimento para explorar novas oportunidades, tanto no Brasil quanto internacionalmente?
Estamos sempre presente nas redes sociais e acho que hoje em dia é essencial ter esse tipo de contato com o publico, fazemos lives, sessões de perguntas e respostas e até sorteios com ingressos e merch da banda, este final de janeiro também estivemos na radio 89 fm e levamos alguns óculos da marca parceira nossa a HB para serem sorteados pela rádio. A ideia principal desse tipo de exposições em rádios e midias mais tradicionais é ser visto e consolidar a importancia da nossa banda no Rock autoral Paulista.
4- A live com a Harley-Davidson durante a pandemia foi uma experiência transformadora. Quais lições a banda aprendeu sobre a eficácia da performance virtual em comparação com eventos ao vivo? Como essas experiências moldarão a forma como a Spine Shiver prevê e estrutura suas apresentações futuras no cenário pós-pandemia?
A live foi tipo um "abre-alas" pra gente entender que o virtual tem um alcance incrível. É claro que nada substitui a energia e contato com o publico do show ao vivo, mas com as lives a gente conseguiu atingir um público que talvez nunca fosse num show presencial, além disso pela qualidade do audio e do video todo o material gravado desta live esta sendo usado como divulgação da banda até hoje, o que abriu muitas portas para varios shows em festas de motoclubes e encontro de motos e carros. A live também foi a primeira vez em que tivemos um contato com uma equipe técnica de verdade, todo o som dos instrumentos e voz estavam sendo transmitido para a banda diretamente pelo fone, o que era novidade para a gente que estavamos acostumado a tocar apenas em bares na época.
Analisando posteriormente a gravação completa do show aprendemos a caprichar mais nos detalhes como o modo de se comportar em palco, interação com o publico, vestuário e tocar tudo com excelência, porque no virtual tudo fica mais evidente. Isso foi um baita aprendizado pra entregar algo mais profissional em qualquer formato.
5- Como a criação de um estúdio próprio influenciou não apenas o processo de produção musical, mas também a dinâmica criativa dentro da banda? De que maneira essa autonomia permite à Spine Shiver experimentar novas sonoridades e composições, e como ela se posiciona em relação à balança entà balança entre liberdade criativa e colaboração com produtores externos?
Ter o nosso estúdio foi um divisor de águas. Antes, a gente tinha que correr contra o tempo nos estúdios alugados, o que limitava muito as ideias. Agora, a gente pode testar novas sonoridades, gravar demos e até errar à vontade sem a pressão do relógio. Isso deixou o processo muito mais solto e criativo.
Sobre produtores externos, sempre tivemos a liberdade de criar tudo do nosso jeito, mas também reconhecemos o valor de um olhar de fora pra lapidar as ideias, desde o primeiro album o nosso produtor é o Windi Ribeiro do Windi Studio de Campo Limpo Paulista, com a gente ele nunca foi um produtor que se meteu muito nas nossas composições, então normalmente quando ele da uma opnião sobre algum som sempre é algo pontual. A gente chega no estudio com basicamente 98% das musicas pronta, e quando sentimos que a opnião do produtor pode ajudar a crescer a canção, estamos sempre abertos pra isso.
6. Com a conquista do prêmio de Melhor Intérprete no Festival de Rock de Indaiatuba e as indicações internacionais, que narrativa a Spine Shiver deseja construir em torno dessas conquistas? Como a banda pretende transformar esse reconhecimento em uma plataforma para novas oportunidades artísticas, tais como colaborações ou projetos inovadores?
Esses prêmios e indicações são, antes de tudo, um reconhecimento do trabalho duro que a gente vem fazendo. Queremos usar essas conquistas pra mostrar que uma banda autoral pode ir longe mesmo começando do zero no interior paulista. A ideia é construir uma história de perseverança e autenticidade, algo que talvez inspire outros músicos também. Além disso, esses reconhecimentos ajudam a abrir portas pra colaborações com artistas e patrocinadores, coisas que estamos atras desde o inicio da banda, acreditamos que com essas indicações e premios ajudem as pessoas a levarem a banda “mais a sério”.
7- Ao se preparar para festivais nacionais e internacionais, como a Spine Shiver avalia os riscos e as recompensas envolvidos? Que tipos de preparação e estratégia de marketing a banda está considerando para garantir que sua participação seja não apenas visível, mas impactante e memorável para o público?
Participar de festivais é sempre um honra apesar de dificilmente compensar financeiramente, porque dependendo do festival envolve custos altos e uma baita logística, porém a recompensa de se apresentar pra públicos novos em novos estados e cidades, conhecer outras bandas pessoalmente e ganhar visibilidade compensa tudo. Pra garantir que a gente faça barulho, estamos sempre investindo em uma identidade visual forte, merch exclusivo pros festivais e um setlist que mostre a essência da banda. Também estamos bolando conteúdos pras redes sociais antes, durante e depois dos shows, pra criar expectativa e manter o engajamento, recentemente também começamos a gravar videos dos bastidores dos eventos no formato de vlog que estamos subindo no canal do YouTube da banda, alias em breve teremos dois novos vlogs para serem lançados, um da nossa última turne no Rio de Janeiro e da nossa ida a 89FM.
8. O Projeto Ruas Abertas representa um marco para a banda. Como a Spine Shiver planeja usar essa plataforma para não apenas se afirmar no cenário musical paulistano, mas também influenciar outros artistas e promover uma nova era de interatividade e acessibilidade no mundo da música? Quais impacto sociais a banda espera criar por meio de suas performances em espaços públicos?
Esse tipo projeto é especial porque dá pra levar música pra galera de um jeito bem direto, também ja tocamos diversas vezes na Av. Paulista com outras bandas autorais parceiras nossa, usamos esse tipo de exposição pra fortalecer a cena autoral e mostrar que o Rock ainda tem muita força. Além disso, queremos inspirar outras bandas a ocuparem esses espaços públicos e conectarem mais diretamente com o público. O impacto social que buscamos é democratizar o acesso à música, e fazer com que as pessoas enxerguem que o Rock não morreu, ele continua vivo no Underground com as bandas autorais.

Conheça mais sobre o som da Spine Shiver nos links a baixo:
YouTube:
https://www.youtube.com/channel/UCd2qGbU89S4T-m9P4LL79bw
Instagram:
https://www.instagram.com/spineshiveroficial
Site:
https://spineshiver.com.br/
Entrevisa feita por: Bruno Lacerda
Entrevistado: Spine Shiver

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